Reacendendo a chama das duas rodas
Fala meu caro leitor! Que bom que você chegou aqui. Só para lembrar, esse post é continuação do Minha paixão por motos. Onde tudo começou. Caso você não tenha lido ainda, recomendo. Boa leitura!
O ano era 2012, não sei precisar com exatidão o dia nem o mês, mas isso não tem a menor importância. Estava em casa assistindo TV com minha esposa quando escuto o maravilhoso som de uma 4 cilindros se aproximando. Quem já ouviu o maravilhoso som de uma 4 cilindros sabem exatamente o que eu estou falando. Que ronco, que música para meus ouvidos. Em seguida uma buzina de moto veio do estacionamento, junto com a voz grossa e inconfundível do meu sogro. Olhei pela janela e não acreditei no que estava vendo, corri para o estacionamento para ver de perto. Chegando lá, me deparei com uma linda Suzuki Bandit 650 S ano 2010, carenada, 4 cilindros, motor prateado se destacando no negro de sua lateria e carenagem. Sem sombra de dúvidas era uma máquina agressiva e bela ao mesmo tempo. Fiquei extasiado e sem palavras ao ver tamanha beleza e potência. Com o perdão da palavra, a moto era foda!
Depois de anos sem ter uma moto, Barreto (como chamamos meu sogro) havia acabado de comprar essa bela motocicleta. Minha primeira reação foi uma mistura de medo e desejo de pilotá-la, fiquei arrepiado, o coração bateu forte, mas imediatamente o temor plantado na infância veio à tona. Lembro de ter chamado ele de louco por ter comprado uma moto tão potente para quem não pilotava há tempos, para ser mais exato 30 anos. Na minha cabeça ele deveria ter comprado uma moto de 300cc para pegar o ritmo e depois evoluir para uma categoria acima. Por fora eu o chamava de louco, por dentro eu estava louco de vontade de andar na bandida da Bandit!
Papo vai, papo vem e resolvi finalmente sentar e ligar a graciosa Bandit. Senti um frio na barriga e na espinha. Quando dei uma acelerada de leve e ouvi o ronco dela, nossa que vontade que me deu de acelerar essa máquina e sair sem destino por aí ao som de Born To Be Wild, da banda Steppenwolf. Ligar e acelerar uma máquina potente, faz seu corpo vibra junto com o motor da motocicleta fazendo você se sentir parte dela, é como se fossemos um só, máquina e homem vibrando quase que no mesmo ritmo do seu coração.
Os meses foram passando, os finais de semana chegando repletos de eventos e encontros de motociclistas espalhados pelo Rio de Janeiro. Não sabia que tinha tanto Moto Clube, Moto Grupo e evento assim. Nessa época nós morávamos no mesmo prédio e quase todo final de semana eu via meu sogro indo para esses eventos e encontros, acompanhado da minha sogra, Maria José, mais conhecida com Zezé.
O ponto de encontro dos amigos motociclistas dele passou a ser em nosso prédio e eu ia para o estacionamento assistir de camarote meu sogro saindo acompanhado de outras 3 ou 4 motocicletas com seus “cavaleiros da távola redonda” em cima vestidos com suas jaquetas de couro, camiseta de caveira, bota, luva e tudo que um motociclista tem direito. A saída da garagem era como um desfile, todos saindo totalmente equipados, seja com ou sem calor. Todo mundo parava para ver a micro motociata rumo a mais um encontro de motociclistas. Foi nesse momento que comecei a perceber o que era ser um motociclista e meu coração ficava apertado pois eu queria estar em meio a esse grupo. Lembro-me de ter pensado comigo mesmo “eu ainda vou pegar estrada de moto”.
O desejo anteriormente adormecido, começava a acordar após um longo período de hibernação. O medo já não mais era o maior empecilho e o fato de estar mais velho me colocava com os pés no chão, forçando a manter o espírito aventureiro e desbravador mais ponderado do que no meu período de “novo adulto”.
Em um desses finais de semana, observando agoniado o grupo sair para mais um encontro resolvi acompanhá-los, porém de carro. Me lembro perfeitamente desse dia, fomos ao Encontro Nacional de Motociclistas em Barra de Maricá, que está situada entre as praias de Itaipuaçu e Guaratiba, no Rio de Janeiro. Durante a viagem, inúmeras motos passavam por mim e, em sua maioria, grandes comboios escudados desfilando com orgulho o brasão de seu moto clube. Eu me senti como um passarinho preso em uma gaiola vendo outros pássaros voando livremente.
Era um dia ensolarado, muito calor e um sol escaldante. Se eu estava sofrendo com o calor dentro do carro com o Ar-Condicionado, imaginem os amigos motociclistas. Ao chegarmos ao local do evento, me deparei com uma quantidade de motocicletas como eu nunca havia visto antes até então. Inúmeras Harleys, BMWs, Suzukis, Hondas, Kawazakis e muito mais! Tinha para todos os gostos. Enormes triciclos repletos de adornos, luzes e caveiras, um mais extravagante que o outro. Muita alegria, sorriso no rosto, Rock’nRoll, couro, roupa preta e barracas vendendo equipamentos para motos e seus pilotos. Era caveira para todo lado (mais para frente explico esse lance de caveira). Depois desse encontro, eu e minha esposa acabamos participando de vários outros encontros e o meu fascínio por motocicletas virou paixão, mas uma paixão que não tem como explicar em palavras.
Já não havia mais sentido continuar acompanhando os amigos de carro, já não cabia mais em mim a vontade de ter a minha própria motocicleta. Eu sonhava que estava pilotando em longas estradas, sentindo o vento contra meu corpo e conhecendo vários lugares do Brasil junto com minha esposa. Acordava com um sorriso estampado no rosto e pensava, se no sonho era tão gostoso, imagina de verdade. Definitivamente eu precisava ter minha moto.
Essa história continua, aguarde os próximos posts! 🙂
Chega mais no fórum do Fala Motociclista e conta como foi a compra da sua primeira moto! Finalmente minha primeira motocicleta (falamotociclista.com.br)