Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos

Com grande prazer, apresento mais uma recomendação de viagem fora do roteiro tradicional no Rio de Janeiro para completar as indicações da categoria “Rio de Janeiro não é só Copacabana

No último final de semana, fiz uma visita ao Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, situado entre as cidades de Rio Claro e Mangaratiba.

Até então desconhecido para mim, São João Marcos despertou meu interesse durante uma pesquisa por destinos inexplorados no Rio de Janeiro. Assim, gravei um vídeo dessa aventura, que está disponível abaixo. Convido você a se inscrever no canal para acompanhar mais descobertas.

São João Marcos: Um Legado Preservado

Os Primeiros Passos

No ano de 1739, João Machado Pereira ergueu uma capela em honra ao santo padroeiro, marcando o início da história de São João Marcos. Além disso, a cidade floresceu com o cultivo do café, impulsionada por condições naturais favoráveis, tornando-se um dos polos mais prósperos do Brasil.

O Auge do Café

Por volta de 1850, São João Marcos vivenciou o auge do Ciclo do Café. A população, composta em sua maioria por pessoas escravizadas, dedicava-se ao trabalho nas fazendas de café, lideradas pelo Comendador Joaquim José de Souza Breves.

Um Cenário Urbano Vibrante

Além de suas ruas e praças, a cidade se destacava por suas casas térreas e mansões neoclássicas. Elementos importantes, como escolas e hospitais, igrejas e clubes esportivos, enriqueciam sua paisagem urbana.

Figuras Notáveis

Personalidades como Francisco Pereira Passos, Ataulfo Nápoles de Paiva e Luiz Nicolau Fagundes Varela nasceram em São João Marcos. Passos, um influente prefeito do Rio de Janeiro, foi responsável por reformas urbanas notáveis. Similarmente, Paiva, advogado e membro da ABL, e Varela, um poeta romântico de destaque, contribuíram significativamente para a história local.

O Destino Infeliz

Em 1939, a cidade foi declarada patrimônio histórico, mas, surpreendentemente, perdeu esse status em 1940, por decreto presidencial. A cidade foi desmantelada para dar lugar à Usina de Fontes Nova, um projeto do Estado Novo com foco no desenvolvimento industrial.

Redescoberta e Preservação

Décadas depois, a área, antes abandonada, foi arrendada a fazendeiros locais. Em 1990, as ruínas foram reconhecidas pelo Inepac, e a partir de 2008, iniciaram-se esforços de preservação, culminando na criação do Parque Arqueológico e Ambiental.

Por fim, a trajetória de São João Marcos, desde sua fundação até sua triste demolição e subsequente redescoberta, espelha os ciclos de prosperidade e desafios típicos de muitas cidades brasileiras. Hoje, o Parque serve como um memorial de seu passado rico e dos esforços contínuos para preservá-lo.