Meu primeiro acidente. Lagoa Rodrigo de Freitas
Fala meu caro leitor! Que bom que você chegou aqui. Só para lembrar, esse post é continuação do Primeira vez na estrada. Caso você não tenha lido ainda, recomendo. Boa leitura!
Estava eu em algum evento ou encontro de motociclistas quando ouvi a seguinte frase: “Só existem dois tipos de motociclistas, os que já caíram e os que ainda vão cair”. Não sei exatamente em que contexto essa frase foi dita, mas ela me marcou. Até aquele momento eu não tinha tido nenhuma queda séria, somente a que narrei anteriormente nas minhas “aventuras” pelo bairro sem habilitação. Tempos depois eu entendi o significado dessa frase e, até o momento que vos escrevo, tive 4 acidentes (e espero não ter mais nenhum ) sendo 2 deles bem feios e me safei sem muita gravidade.
Dia lindo de sábado no Rio de Janeiro e convidei minha esposa para dar uma volta de moto, sem destino, sem rumo, somente aproveitando o dia lindo que fazia. Minha ideia era ir para a Barra da Tijuca pela zona sul, um caminho mais longo, porém com um visual mais bonito (quem não conhece esse caminho joga no Google Street View para ter uma noção).
Estávamos os 2 bem equipados. Capacete, luva, bota, calça e jaqueta, apesar do enorme calor que fazia nesse dia. Passando pela Lagoa Rodrigo de Freitas, vi um carro saindo da direita para esquerda sem colocar seta e, certamente, sem olhar no retrovisor. A mulher que dirigia o carro quase pegou um motociclista nesse momento. Buzina cravada e uma sequência de palavrão a fez voltar assustada para sua pista. Erroneamente, o motociclista que vinha atrás do primeiro deu um soco no retrovisor dela.
Eu era o terceiro dessa fila, sai da minha pista e entrei no corredor. O sinal estava fechado, eu queria ir para frente dos carros e sair com a moto logo. Se você não sabe, o índice de acidente entre carro e moto na saída dos sinais é bem alto, quanto mais na frente eu estivesse, menor era a possibilidade de um acidente, mas… Me faltou malícia!
Quando fui passar no corredor a mulher resolveu sair novamente e, novamente, sem olhar o espelho e sem botar seta só que dessa vez ela me pegou. Eu estava a uns 20 km/h e desacelerando, o bico do carro dela pegou na minha perna direita e me fez perder o equilíbrio. Caímos eu, minha esposa e a Viúva Negra. Minha esposa amassou a porta de um carro que estava parado com o corpo, ficou o molde do corpo dela certinho no caro… Até que ficou bonita a obra de arte!
Inexperiente e sem noção eu perdi completamente toda minha razão. Fiz algo que não recomendo e não me orgulho de ter feito. Com tanta raiva, fui até o carro da mulher que me jogou no chão e arranquei o retrovisor dela com socos e soltei “Você não usa esta merda”. Nunca em hipótese alguma faça isso, estou contando para vocês com vergonha para que sirva de exemplo do que não se deve fazer pois desse momento em diante, eu perdi completamente minha razão.
Depois dessa vergonha e com um monte de gente olhando e filmando, voltei para a moto, levantei ela e ouvi a Nathi falando: “Estou com gosto de sangue na boca”. Pronto, entrei em desespero, achei que poderia ter sido algo sério com ela. Não pensei duas vezes e cometi outro erro. Virei para ela e falei: “Sobe e vamos para o hospital”. Saímos de lá como se estivesse fugindo, mas não estava, eu só queria leva-la para o hospital o mais rápido possível para ver o que tinha acontecido, no fim das contas mais um erro cometido, ela estava com o capacete um número maior e, com a queda, ele se moveu de uma forma que bateu na boca dela causando um corte por causa do aparelho odontológico que ela usava na ocasião.
No hospital quando o calor do momento passou e eu comecei a sentir as dores musculares, eu analisei na minha cabeça toda a situação e vi a sequência de cagada que fiz. Eu poderia ter evitado esse acidente, uma vez que vi que ela fazer a mesma besteira duas vezes, só que eu não acreditei que ela tentaria pela terceira vez trocar de faixa sem colocar a seta e sem olhar no espelho. Mas ela fez e me jogou no chão. Dando continuidade na análise, veio a vergonha de ter arrancado o espelho retrovisor dela, eu devia ter ligado para polícia e para o SAMU sem ter feito nada, estaria certo e na minha razão podendo brigar pelos meus direitos.
Meses depois recebo um oficial de justiça com uma intimação para uma audiência. Ela me colocou na justiça e estava certíssima! Fui até a audiência e pedi desculpas pelo que fiz, ela também e morreu o assunto. Ok, não foi tão amigável assim pois o irmão dela estava lá e queria me meter a porrada a todo custo na frente da conciliadora, mas no fim eu saí com 2 aprendizados: 1) Na dúvida não vai; 2) Não perca sua razão se algo acontecer.